Homenagem a Hélio de Almeida

A espinha ereta
As mãos de borboleta
Consternado no primeiro abril

Os olhos verde-águia-
Grisalha
Espetam as capas
Na parede
Calculam
O país no prisma
Com métrica cabralina
Palmos medida

Quem adivinharia no cronista
de um Brasil cabal de sangue e chumbo
Voz de feltro
Cabelo de algodão
(ou seria o contrário?)

Um dom de Gepeto
Um condão de Disney
E formas tão leves de arame
(ou esculturas de ar?)
Brotam
Marcham Dançam pelo mundo das cores e coisas

Um mundo de lápis
Samambaias
Lombadas
Celofane
E tipos móveis

(Beijo, tio Hélio! Pra quem não conhece, ele era um craque das artes gráficas e nos deixou no fim de julho)